SEMANA DOS SEMINARIOS 2006
-Nota Pastoral-

Semana da Igreja Diocesana e dos SeminÃrios

Á volta do Dia da Diocese (5 Novembro), vamos celebrar a Semana da Diocese (5-12Novembro), conforme foi sugerido na última Assembleia Geral do Conselho Presbiteral. Trata-se de explicitar e promover o sentido de Igreja, com a consequente corresponsabilidade na sua vida e missão.

Referimo-nos concretamente á Igreja Local ou Particular, isto é, á Diocese. A Igreja não é uma abstracção. Tem corpo e vida, precisamente na Igreja Particular, ou seja, na Diocese (Cf.Evangelii Nuntiandi,62). E quando falamos de Diocese, não estamos a referir-nos tanto aos Serviços Diocesanos, quanto ás Comunidades Cristãs, que formam aquela «porção do Povo de Deus, que se confia a um Bispo para que a apascente com a colobaração do Presbítero, de tal modo que, unida ao seu pastor, e reunida por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia, constitui uma Igreja Particular, na qual está e opera a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica» (Christus Dominus,11).

São estes os elementos essenciais, que «fazem a Igreja». Quando, na última sessão do Conselho Presbíteral se debatia a situação financeira da Diocese, alguém, aventando a hipótese de um eventual «colapso económico» da Diocese, respondia que o essencial, para que a Igreja subsistisse e cumprisse a sua missão, seria garantir a sucessão apostólica, continuar a proclamar a Palavra e a celebrar a Eucaristia, a rezar e a viver o Pai-Nosso, animados e fortalecidos pela presença e acção do Espírito Santo. Belo acto de fé no Mistério da Igreja!

É á luz desta fé, no Ministério da Igreja que devemos enfrentar os problemas eclesiais, também a difícil situação financeira da Diocese. Os contornos do problema estão definidos e as causas são conhecidas. Trata-se agora de dar as mãos e, em Igreja e como Igreja, colaborar activa e corresponsavelmente na sua solução.

Neste sentido, o Conselho Presbíteral preconizou a Semana da Diocese, como mais uma ocasião de partilha e entreajuda, em favor do todo diocesano, com a vantagem de isso ser promovido, no contexto celebrativo do Dia da Igreja Diocesana, com oportuna reflexão sobre o sentido de Igreja e de pertença diocesana. 

Será igualmente dentro deste espírito de fé, que devemos viver, logo a seguir, a Semana dos Seminários (12-19 Novembro). O nosso Seminário abre este ano lectivo com 21 alunos: 4 do Secundário e 17 do Sexénio Filosófico-Teológico. Não são os números de outrora. Mas, no Inverno vocacional, que a Igreja Católica atravessa no mundo ocidental, temos de dar graças a Deus, empenhando-nos cada vez mais, para sermos eficazes instrumentos de Deus que continua a chamar trabalhadores para a Sua messe.

Importa que os vocacionados encontrem nas suas comunidades apoio e estímulo, para poderem tomar consciência do chamamento divino e terem a coragem da resposta generosa. O problema central das vocações sacerdotais está, sobretudo, nas comunidades. São, sem dúvida, dom de Deus, que deve ser pedido na Oração, como recomenda Jesus. Mas só poderão desabrochar e amadurecer, em comunidades vivas. Por isso, urge que, em cada Ouvidoria, haja uma Equipa Vocacional, que superintenda e anime esse sector importante da acção pastoral.

Neste, como nos outros campos da acção pastoral, é sempre o mesmo problema de fundo que vem ao de cima: a autenticidade da nossa fé. é preciso, com certeza, promover iniciativas de pastoral juvenil e vocacional. Mas nunguém, sem uma autêntica experiência de fé experimentada no seio da família e da comunidade, pode mostrar-se sensível ao chamamento divino. Menos ainda, numa Igreja, que, embora não sendo perseguida, se deixe aliciar e se acomode aos mesmos critérios do mundo.

O que temos de pedir insistentemente ao Senhor, na Semana da Diocese e dos Seminários,, é que «aumente a nossa fé» e nos ajude a ser coerentes e autênticos na vivência da nossa fé. Há coisas que só Deus pode dar. A fé é uma delas! Antes de ser resposta do homem, é dom que vem do Alto.

Com a parábola do amigo inoportuno, que acaba por ser entendido, pela sua insistência, Jesus recomenda a Oração perseverante. «Pedi, e ser-vos-á dado; procurai e encontrareis; batei e hão-de abrir-vos...Ora bem, se vós, que sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está no Céu, dará coisas boas áqueles que Lhas pedirem» (Mt.7,7-11).

+ António, Bispo de Angra